Na Inglaterra do século XVIII, houve uma moda disseminada no seio da classe mais alta. Várias famílias julgaram que, de acordo com a sua condição, lhes fazia falta um eremita, e começaram a surgir nos jornais anúncios para «eremitas ornamentais» que não fossem exigentes em termos de cuidados e alimentação e estivessem dispostos a dormir numa caverna. O emprego era bem remunerado e foram recrutados centenas de eremitas, tendo normalmente por base um contrato de sete anos que contemplava uma refeição diária. Alguns apareciam nos jantares festivos e cumprimentavam os convidados. A aristocracia inglesa dessa época acreditava que os eremitas irradiavam bondade e ponderação, sendo considerado bastante recompensador, durante algumas décadas, manter um por perto.
Michael Finkel, in Fora do Mundo: A Extraordinária História do Último Verdadeiro Eremita, trad. Paulo Tavares, Elsinore, Maio de 2017, p. 97.
Sem comentários:
Enviar um comentário