Não se pode meter tudo no mesmo saco, sob pena de menorizar o que não pode ser menorizado. Como comparar Miguel Díaz-Canel com o Bolsonaro aí representado em cinco minutos de vídeo? Ou com o Trump? Ou com os discursos de ódio fomentados por todos os outros? Repito: discursos de ódio!!!!
maduro não é para aqui chamado. quanto mais não seja, porque não veio por fim a nenhuma democracia, nem foi ascendendo por vontade popular. caiu-lheno colo um regime que já era o que é.
chamar maduro aqui é branquear o que se passa no brasil. que é bem mais grave, porque no brasil já se consegue fazer isto em eleições aparentemente a sério.
e em portugal vem aí um partido decaLcado da onda bolsonaro, liderado pelo inenarrável andré ventura. nessa altura também culpem o maduro, e cuba, e já agora o sócrates.
Entendo o que dizes. Mas para mim um ditador e um proto-ditador não se distinguem pelo discurso de ódio, ou não. Isto é: não se distinguem. São apenas e tão-só: ditadores.
Essa é uma perspectiva muito redutora do problema, que facilmente se desmonta com uma pergunta retórica do tipo: o menino preferia viver em Cuba ou no Brasil? (nem preciso dizer no de Bolsonaro, pode ser o de hoje, com um dos maiores índices de criminalidade no mundo)
Desde quando eu disse que Maduro veio terminar com uma democracia? E essa justificação, de que lhe caiu no colo um regime que já era o que era, não a aceito, pois não a considero válida.
Quando ao que se passa no Brasil: chama-se Democracia. Não é sempre o melhor regime, mas ainda é o melhor de todos. E não estou a tentar branquear Bolsonaro.
Em relação a André Ventura: é como L. diz. Concordo.
Caro Henrique:
Penso que a questão é mesmo não reduzir o problema ao essencial: Maduro é um proto-ditador e Díaz-Canel é um ditador. Isto, quanto a mim, não é uma perspectiva redutora: é o cerne da questão.
Quanto à tua pergunta: o menino prefere viver num país com liberdade de expressão. Num país onde posso dizer que Díaz-Canel é um ditador e não sofrer com isso. Duvido que se vivesse em Cuba pudesse estar a ter esta conversa contigo e com L..
Todos os regimes políticos têm matérias críticas, não regimes perfeitos. De que me valeria um regime com liberdade de expressão onde as pessoas estivessem a morrer à fome, não houvesse hospitais, dormissem na rua? Quando a sopa falta ao estômago, o valor da liberdade de expressão torna-se relativo. No nosso país, por exemplo, a liberdade de expressão dá-se por garantida. Agora vai perguntar aos meus colegas de trabalho o que acham que lhes sucede de fizerem uso da sua liberdade de expressão para criticarem os patrões. Talvez encontrasses alguns limites à liberdade de expressão que, como se diz, são garantia do bom funcionamento das instituições, isto é, da ditadura do capital.
9 comentários:
Mais dois nomes: Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel.
O Maduro concordo, pela vertente populista, agora meter no mesmo leque o Miguel Díaz-Canel é um atentado ao bom senso.
Concordemos em discordar.
Não se pode meter tudo no mesmo saco, sob pena de menorizar o que não pode ser menorizado. Como comparar Miguel Díaz-Canel com o Bolsonaro aí representado em cinco minutos de vídeo? Ou com o Trump? Ou com os discursos de ódio fomentados por todos os outros? Repito: discursos de ódio!!!!
maduro não é para aqui chamado. quanto mais não seja, porque não veio por fim a nenhuma democracia, nem foi ascendendo por vontade popular. caiu-lheno colo um regime que já era o que é.
chamar maduro aqui é branquear o que se passa no brasil. que é bem mais grave, porque no brasil já se consegue fazer isto em eleições aparentemente a sério.
e em portugal vem aí um partido decaLcado da onda bolsonaro, liderado pelo inenarrável andré ventura. nessa altura também culpem o maduro, e cuba, e já agora o sócrates.
Entendo o que dizes.
Mas para mim um ditador e um proto-ditador não se distinguem pelo discurso de ódio, ou não. Isto é: não se distinguem. São apenas e tão-só: ditadores.
Essa é uma perspectiva muito redutora do problema, que facilmente se desmonta com uma pergunta retórica do tipo: o menino preferia viver em Cuba ou no Brasil? (nem preciso dizer no de Bolsonaro, pode ser o de hoje, com um dos maiores índices de criminalidade no mundo)
Caro L.:
Desde quando eu disse que Maduro veio terminar com uma democracia? E essa justificação, de que lhe caiu no colo um regime que já era o que era, não a aceito, pois não a considero válida.
Quando ao que se passa no Brasil: chama-se Democracia. Não é sempre o melhor regime, mas ainda é o melhor de todos. E não estou a tentar branquear Bolsonaro.
Em relação a André Ventura: é como L. diz. Concordo.
Caro Henrique:
Penso que a questão é mesmo não reduzir o problema ao essencial: Maduro é um proto-ditador e Díaz-Canel é um ditador. Isto, quanto a mim, não é uma perspectiva redutora: é o cerne da questão.
Quanto à tua pergunta: o menino prefere viver num país com liberdade de expressão. Num país onde posso dizer que Díaz-Canel é um ditador e não sofrer com isso. Duvido que se vivesse em Cuba pudesse estar a ter esta conversa contigo e com L..
Todos os regimes políticos têm matérias críticas, não regimes perfeitos. De que me valeria um regime com liberdade de expressão onde as pessoas estivessem a morrer à fome, não houvesse hospitais, dormissem na rua? Quando a sopa falta ao estômago, o valor da liberdade de expressão torna-se relativo. No nosso país, por exemplo, a liberdade de expressão dá-se por garantida. Agora vai perguntar aos meus colegas de trabalho o que acham que lhes sucede de fizerem uso da sua liberdade de expressão para criticarem os patrões. Talvez encontrasses alguns limites à liberdade de expressão que, como se diz, são garantia do bom funcionamento das instituições, isto é, da ditadura do capital.
Enviar um comentário