Ailton Krenak não se esquece de um texto de 1865,
atribuído a um chefe indígena da América do Norte quando abordado por um
representante do governo de Washington, avisando que queriam comprar as terras
dos índios. Não se esquece também de que a resposta do chefe Seatle foi de que
os índios não podiam vender a terra porque a terra é maior do que os índios, é
a mãe deles. “Disse aos brancos que, se algum dia eles herdassem aquela terra,
que a pisassem suavemente, porque se não aprenderem a respeitar, vão acumular
detritos sobre detritos até que vão acordar enterrados no próprio vómito.”
Reconhece aquele texto como o primeiro manifesto ambiental do século XX, “uma
ideia partilhada pelos povos que vivem nas ilhas do Pacífico, nos Andes, nas
montanhas dos Himalaias, porque estes povos originários têm isso no coração,
antes de ter na cabeça”. Para completar: “Talvez o que as nossas crianças
aprendem desde cedo é a pôr o coração no ritmo da terra.”
Para ler, ver, ouvir: aqui.
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