Eu sei que tudo muda,
que nada permanece,
nem uma árvore permanece
e até a pedra é viajante.
A solidão não existe,
o mundo é companhia.
Nem a morte está só.
Tudo quanto é, é luta.
Sou imortal, pois passo.
Apenas a estátua fica.
E até ela se move.
Em vão vos empenhais
em deter a história.
Sei que chegará o dia.
Também o sol o sabe.
Raúl González Tuñón, traduzido por HMBF a partir da
versão coligida por Marta Ferrari, in Poesía Argentina - Antología
esencial, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento, dirigida por Luis
García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros, 2010, p. 47.
Na imagem: Raúl González Tuñon um mês antes de morrer. Respigado aqui.
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