sábado, 10 de novembro de 2018

O OPTIMISMO HISTÓRICO



Eu sei que tudo muda,
que nada permanece,
nem uma árvore permanece
e até a pedra é viajante.

A solidão não existe,
o mundo é companhia.
Nem a morte está só.

Tudo quanto é, é luta.
Sou imortal, pois passo.
Apenas a estátua fica.
E até ela se move.

Em vão vos empenhais
em deter a história.
Sei que chegará o dia.
Também o sol o sabe.

Raúl González Tuñón, traduzido por HMBF a partir da versão coligida por Marta Ferrari, in Poesía Argentina - Antología esencial, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento, dirigida por Luis García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros, 2010, p. 47.

Na imagem: Raúl González Tuñon um mês antes de morrer. Respigado aqui.

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