meu país cheio de fluxo de silêncio e absurdo
meu país de horror de cautela de medo em partes iguais
meu país em que tudo fracassa e se dilui
meu país impossível sem canto sem desejo
meu país queimando morto
meu país de nada nada
meu país de tormentos e papoilas
de assassinos bufões e monstros desvelados
deste puro gritar deste verão insone
desta sombra em que nada adquire qualquer sentido
deste asco deste horror desta madeira
surgirá por fim a luz que incendei a nossa rua
a estrela que nos guie
a estância clara e a memória em chamas?
sim
surgirá por fim a luz que incendeia a nossa rua
a estrela que nos guia
a estância clara
e a memória em chamas
sim
Edgar Bayley, in Antología - La poesía del siglo XX
en Argentina, Edición de Marta Ferrari, La Estafeta del Viento, Colección Visor
de Poesía, dirigida por Luis García Montero y Jesús García Sánchez, 2010, p.
132. Versão de HMBF.
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