quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

MAIS UM POEMA DE EDGAR BAYLEY



NÃO POSSO DIZÊ-LO DE OUTRO MODO

virá um dia um dia virá um dia
haverá um dia
uma manhã
e teremos o que fomos somos
houve um dia
um boto
um escabelo um pâmpano no ar
não posso dizê-lo de outro modo

quando me ponho a falar destas coisas
a minha intenção é ser muito claro e muito resoluto
não posso dizê-lo de outro modo
virá um dia um dia virá um dia
uma manhã
e tudo será muito claro e muito desperto

Edgar Bayley, in Antología - La poesía del siglo XX en Argentina, Edición de Marta Ferrari, La Estafeta del Viento, Colección Visor de Poesía, dirigida por Luis García Montero y Jesús García Sánchez, 2010, p. 124. Versão de HMBF. 

Sem comentários: