quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

OS MORTOS



Entre balanços, repete-se o dos que foram desaparecendo ao longo do ano. Prática de uma nostalgia lúgubre, enrolada no manto confortável das memórias devidas, a lista convoca num mesmo saco gente admirável e personalidades que não deixarão saudade. Aqui já não impera a lei dos melhores. Como escolher os melhores mortos de um ano, assim como quem enumera os melhores filmes ou os melhores livros? São simplesmente pessoas que viveram, fizeram coisas, morreram. Não importa o que fizeram, pelo menos neste momento de confirmação da morte. Sobre os factos fará a história seus julgamentos. Por isso lembramos Oskar Gröning e Anthony Bourdain como se fossem peças de um mesmo puzzle, sem estarmos particularmente interessados em como levaram as suas vidas, no que fizeram ou em como morreram. São apenas nomes de rostos conhecidos, gente da qual nos sentimos mais ou menos próximos por termos ouvido falar deles mais ou menos vezes. Ao alto, uma imagem de Helena Almeida.

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