Portugal tem um problema com as minorias étnicas,
apregoa-se aos quatro ventos e eu não discordo. A minoria étnica dos
arrivistas, a minoria étnica dos oligarcas, entre outras minorias étnicas
congéneres, são não apenas um, mas vários problemas com os quais a nossa
ilustre nação se depara na actualidade. Penso, por exemplo, em Duarte Lima, o
bom Domingos para os amigos, arrancado ao seio humilde de nove irmãos, algures
em Miranda do Douro, rumando à capital sob alto patrocínio de gente capaz de
sustentar estudos na Universidade Católica e nas melhores universidades
italianas. Duarte, esse de quem se diz ter acabado a assassinar uma velhinha
para lhe sacar o guito, é um problema para o país. Desconfio que haja nele algo
de cigano que possa ser apontado e criticado e vilipendiado, assim como o há em
José Sócrates, Zé dos Cofres para os amigos, nascido em Vilar de Maçada. Quem
nasce numa terra com tal nome só pode trazer ruindade dentro de si, uma
ruindade gitana como sói ser a de quem chega a primeiro-ministro e abandona o
cargo cheio de bons samaritanos amigos de seu amigo. Eu, que sou cigano do lado
da mãe e sarraceno do lado do pai, o mais que consegui na vida em matéria de
esmolas foi uns trocos do Sousa Lara, que, como é sabido, faz parte dessa
minoria étnica de políticos bafejados pela sorte das subvenções vitalícias. Fita-se
o 4.º Marquês de Lara, 2.º Conde de Guedes, e o que se topa? Um cigano sob capa
monárquica, só para disfarçar. É um problema para o país. De resto, esta gente
tem-se organizado com o passar dos anos, já não são os dançarinos e cantadeiros
ilustrados por Youssef Chahine no filme “O Destino”, muito menos os romanis atabalhoados
e castiços de Emir Kusturica. Não, esta gente tem hoje ao seu serviço
autênticas Mossad, com infiltrações em inúmeros serviços de informação de
segurança, tentáculos espalhados pelo mundo com perfis falsos nas redes
sociais, uma autêntica NSA, dita Agência de Segurança Nacional, supostamente
americana, zíngara de verdade, que nos ludibria, manipula, marioneta. Cuidado
com esta raça altamente sofisticada, capaz de se fazer passar por ilustres
banqueiros nas pessoas de José de Oliveira e Costa, o do BPN, fiel amigo de seu
amigo Cavaco, muito provavelmente também este etnicamente obscuro, ou João
Rendeiro, o do BPP, o tal que é capaz de passar entre os pingos da chuva sem se
molhar ou queimar ou lá o que é. São coisas que aprendem na escola de ciganos,
magias. Depois iludem-nos com ricardos Quaresma e djangos Reinhardt, aquele a
quem faltavam dedos, como leitoras de sina na Feira do Relógio. Sim, caros
concidadãos, temos um grave problema a resolver com as nossas minorias étnicas.
Eu, na qualidade de cigano, isto é, na falta de qualidades, quero aqui deixar o
meu testemunho garantindo que nunca me cruzei com Ricardo Salgado, o Dono Disto
Tudo (só a sigla já cheira a pesticida), excepto daquela vez, no Mercado de
Santana, em que a minha senhora lhe tentou vender um jogo de lençóis bancos (sic) em sacos azuis, para que o cigano
da Lapa pudesse ir amealhando trocos antes de se ver vilmente espoliado por uma
justiça tão cega e lenta como as lemas. O Pedro Dias, esse bom homem, português
de raça, é que a sabe toda, ele e o Manuel Palito e o Rei Ghob e a mulher do
triatleta, mais uns quantos finos exemplares de puros lusitanos, denegridos por
uma sociedade doentia que teima em não ver as coisas como elas são. E como são
as coisas? São em forma de assim, já dizia o poeta e eu não discordo. Abaixo,
pois então, os ciganos e todas as minorias étnicas que conspurcam a nossa nação
com vis acções, cotadas na bolsa e nos paraísos fiscais da Madeira, paraíso
onde os ciganos não chegam. Abaixo eu próprio, mim mesmo, que cigano me confesso. Abaixo toda essa gente minoritária, excepto os que expiam
pecados na missa ao beijarem as mãos de padres pedófilos (não digo em Portugal,
que os não há). A propósito, é impressão minha ou o Bibi tinha uma tez
aciganada? Estou desconfiado de que o era.
Sem comentários:
Enviar um comentário