(...)
O populismo ainda não chegou ao poder mas já condiciona a
opinião publicada. Não encontrei nenhuma defesa descomplexada da obra de
Cabrita Reis e da decisão de a comprar vinda de quem não esteve envolvido neste
episódio, muito provavelmente porque já não podemos ser elitistas. Os
economistas, que não viram a crise, as redes sociais, que democratizaram a
opinião, e os intelectuais de direita, traumatizados pelo marxismo cultural,
deram cabo do elitismo. Quem hoje defender a existência de um serviço público de
televisão que, em detrimento das audiências, da pimbalhada e da
telenovela, deixe a música erudita e os filmes da criterion collection ao
alcance de todos, será imediatamente acusado de elitismo ou apelidado de
"pseudo-intelectual". Há nisto uma hipocrisia ululante.
(...)
Aqui.
1 comentário:
"Mas se era para concluir que "gostos não se discutem" e alicerçar a opinião "num sentimento de evidência pessoal do prazer", para quê ler Hume?" Ora aí está uma coisa para escrever em papelinhos e distribuir pelos pseudo-intelectuais, para meterem no bolso e consultarem quando necessário, como as instruções da máquina de lavar...
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