Higienizar, confinamento, seja um agente de saúde
pública, distanciamento social, postigo, obrigatório usar máscara, luvas
descartáveis, novo normal... Todas estas expressões têm uma fortíssima carga
simbólica e sugerem inúmeras possibilidades metafóricas. Eu é que já não posso
ouvi-las, dão-me vómitos, causam-me náuseas. Se não morrer do vírus, talvez
venha a morrer sufocado pelo vómito provocado por esta reconfiguração do
quotidiano. Não deixa de ser irónico, eu que passava a vida a queixar-me do
tédio, da modorra e da pasmaceira da vida tal como ela era, desespero agora
pela retoma dos dias em que sair de casa era só sair de casa.
1 comentário:
sair de casa já será um trabalho.
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