terça-feira, 5 de maio de 2020

VIRGENS


Há alguns anos que não meto os butes numa missa, mas ainda recordo aquela parte em que as pessoas vão em fila indiana até ao altar para abocanharem a hóstia. Não sei se é antes ou depois de abraçarmos e beijarmos os nossos confrades, mas tenho quase a certeza de que é depois de termos ajoelhado várias vezes no lugar dos fiéis, com os cotovelos, as mãos ou a testa apoiados no espaldar daqueles bancos muito compridos. Em Fátima não sei como é, que nunca fui, mas presumo que seja muito mais arejado e higiénico, à excepção daquela parte em que algumas pessoas rastejam e andam de joelhos. Diz que é por causa das promessas. Dito isto, a sério que não entendo qual a parte que não perceberam para que insistam em comparar a organização de uma manifestação sindical com a peregrinação a um santuário. Mas pronto, se acreditam que a virgem era virgem e apareceu 2000 anos depois de morrer a três pastorinhos (mais ano menos ano), estão perdoados. Quem defende isto pode defender qualquer coisa.

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