Há muito que deixei de comprar jornais. Fui leitor de O
Independente e do Já (lembram-se?), guardo todos os números do segundo e
inúmeras páginas do primeiro (poemas do João Miguel Fernandes Jorge, críticas
do Joaquim Manuel Magalhães, suplementos vários...). Fui comprador do Público
às sextas e do Expresso aos sábados, tenho um arquivo de recortes. Depois
chateei-me, deixei de comprar, perdi a curiosidade. Já lá vão uns 15 anos.
Visito diariamente a página do Público, mas nunca espreito a cultura. Só me aventuro quando sou enviado por partilhas de "amigos" no
Facebook. A razão do desinteresse tem várias explicações, uma delas fica explícita na chamada que aqui se partilha. É este discurso, esta mentalidade
tacanha, este servicinho indisfarçável. O que é que a Matilde voltou a ganhar?
As olimpíadas de jogos florais? Os 400 metros medley? O euromilhões? Uma raspadinha?
A eleição de miss lusofonia? Pobre Matilde, a gente fica logo sem vontade de a
ler. E ela não tem culpa, que faz pela vida como os outros. Mas se é
para maratonas, prefiro regressar aos vencidos da vida. Com estes nada tenho a
perder. Resta saber como irá António Guerreiro lidar com as 8 — é
para repetir, 8 — páginas dedicadas ao novo livro da Matilde Campilho. O
que pensará ele sobre o assunto?
3 comentários:
https://www.wook.pt/livro/flecha-matilde-campilho/24114725
a julgar pelo estilo presente nas páginas em pré-visualização ganhou capacidade de escrever num estilo semelhante a Gonçalo M. Tavares e ser elogiada por isso.
mas eu nao percebo nada de livros, leio para me distrair, de preferência ao fim do dia, se não estiver cansado.
mas pelo contrário, fiquei curioso, desconhecia completamente a autora e o livro, e vou comprá-lo para ler na próxima semana, ou para ficar esquecido na estante a acumular pó nos próximos anos.
A verdade é essa, fica-se sem vontade de ler o livro. Mas aprecio o reparo que fazes - a rapariga vai fazendo pela vida, como tantos outros. Falta-nos o bom Pacheco, temos demasiadas galinholas de braçadeiras a fingir que sabem nadar e apresentam-se nessa triste figura exigindo lugar a Cervantes.
chapeau!
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