Este é o rosto de Portugal. Reapareceu ontem, com uma
catrefa de jornalistas atrás. Se calhar ainda lhes ofereceu um bom vinho na
vernissage aonde o apanharam, mais uma vez, a insultar o Estado. Este é o rosto
dos portugueses, o chico-esperto que só fez o que a lei lhe permitia fazer. Os
portugueses admiram os sabichões que lesam o Estado, desde que não sejam
ciganos, porque os portugueses não pensam no Estado como sendo uma designação
genérica para "todos nós". O Estado é um grupo de malfeitores que nos
vai ao bolso, pelo que haver quem lhe vá ao bolso é deveras admirável. As
pessoas não gostam de pagar impostos, acham uma injustiça o que se paga de
impostos, mas exigem um SNS em condições e uma escola pública competente e uma
administração interna eficaz e muitas outras coisas que cabe ao Estado garantir
já que estamos a pagar ao Estado com os nossos impostos. Depois aparece o rosto
de Portugal e todos lhe beijam a mão, todos sem excepção. O clown faz apenas a
uma escala inimaginável o que qualquer português faria se pudesse, aproveita-se
de lacunas na lei para ludibriar a lei. Para os portugueses, ele limita-se a
gozar com o Estado. O que na cabeça dos portugueses está muito longe de querer
dizer que goza com todos nós. Quem não gosta de gozar com o Estado? É o rei da
chico-espertice, um homem que , afinal de contas, tanto tem dado à cultura.
Devemos-lhe tanto, a este adorável mecenas.
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