OS RATOS
No pátio, aparece, branco, o luar outonal.
Da borda do telhado caem sombras fantásticas.
Um silêncio habita as janelas vazias;
Sem barulho, aí aparecem os ratos.
E escapam-se, chiando, aqui e ali,
E o odor horrível das latrinas,
Que se evola atrás deles,
O luar fá-lo estremecer fantasmagoricamente.
E eles chiam loucos de uma ganância ávida
E enchem a casa e os celeiros
Cheios de cereais e de fruta.
Ventos gelados lamentam-se na escuridão.
Georg Trakl, in Poemas, tradução e prefácio de António de Castro Caeiro, Abysmo, Abril de 2019, p. 87.
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