Os portugueses ficaram muito zangados connosco porque nós não deixámos passar um orçamento que nada tem que ver connosco. Os portugueses gostam de nós quando nós nos esquecemos de quem somos, fingindo ser o que não somos. Os portugueses estão cansados de eleições, querem estabilidade. A bem da estabilidade, os portugueses não querem saber do Eduardo Cabrita, muito menos das barrigas de aluguer de Sócrates e companhia, da falta de médicos de saúde ou do aeroporto no Montijo, porque o desejo de estabilidade é muito superior a arreliações dessas. Entretanto, premeiam os gestores da pandemia e os fachos que medravam no CDS/PP e no PPD/PSD da Liga B. Vale a pena ver quem são. Andavam todos por aí, na Aliança do Santana ou na Nova Democracia do Monteiro. Agora, sem máscaras, dizem ao que vêm. Festejam, como Cavaco, o dia da raça. E veneram o líder, um excomungado do PPD/PSD. Cheiram a mofo, são o que são. No folheto, a primeira medida a implementar: "menos cargos políticos pagos pelos contribuintes". Isto será válido para deputados eleitos? O deputado anti-sistema que pretende reduzir o número de deputados na AR vai abdicar de algum da dúzia que elegeu? Os vencimentos dos deputados do Chega serão reduzidos ou reverterão a favor de alguma obra de caridade? Para onde irá canalizar o Chega as subvenções estatais a que tem direito? Agora é que vai ser mamar. Ah Portugal de hipócritas, estais bem representado. Há portugueses arreliados que, pronto, lá vislumbraram a sua cuspideira. Temos pela frente quatro anos de estabilidade, como foi desejo dos portugueses dados à estabilidade. Espero que desfrutem e que façam muitos amigos, vai ficar tudo bem. Com Graças Fonsecas e afins nada haverá a temer. E se podemos não esperar o melhor, que saibamos contentar-nos com do mal o menos. É o paísinho a ser paísinho, o cor-de-rosa assenta-lhe que nem uma luva, ao paísinho assim-assim, vai-se andando, nada de confusões, ó filha, senta-te aqui e descansa, o país da quietude e do sossego ganhou, que até temos sol e boa pinga. Lá fora a vida continua. Pela parte que me toca, missão cumprida. Foi uma honra imensa e um prazer enorme estar ao lado dos meus camaradas nesta jornada que se adivinhava difícil e exigente. Se as nossas propostas não estão a passar, devemos reflectir nos porquês e ponderar os comos. Bem sabemos que as televisões não ajudam e as estatísticas são o que são, ou seja, uma ferramenta de manipulação das tendências de voto, mas isso não deve servir para iludir a realidade. Há qualquer coisa que não está a passar quando não conseguimos eleger um deputado como o João Oliveira ou gente com a experiência do António Filipe. Obrigado Heloísa pela abnegação, Leiria virou PS mas nem todos viraram. O discurso do voto útil, o medo de ver o tiranete Rui Rio no poder, coligado com uma horda de tontos, hipócritas e corruptos, pesou. O medo pesa sempre muito. Daqui a quatro anos, o mais provável e ninguém ter votado PS. Aconteceu o mesmo com Sócrates. As pessoas têm memória, mas é curta e só serve para o que lhes serve. A paz, que o pão, a saúde, a habitação, a gente cá se vai amanhando. Agora é olhar em frente e continuar a lutar por quem trabalha, trabalhando com quem luta. Viva a democracia, viva a liberdade, viva Abril.
2 comentários:
pequenos que queiram ser relevantes e ter voz devem ser punidos, e são
isso é importante para que da próxima vez obedeçam á voz do dono
e no admirável mundo novo é só mais um dia
Viva Abril
Enviar um comentário