Coloquemos as coisas nos seguintes termos: fui casado com
a melhor mulher do mundo, era a mais linda, perfeita, maravilhosa, inigualável.
Um dia, descobri que ela me traiu numa one-night stand. Sabem como é, bebeu uns
copos com as amigas e não resistiu aos encantos de um engatatão cheio de lábia.
Seguiu-se o divórcio, doloroso, horrível. A mulher mais perfeita do mundo
passou a ser o diabo na Terra, uma energúmena que só visto, cúmulo do vício e
viveiro de todos os defeitos e mais alguns. Por vingança, juntei-me depois a
uma tipa que a minha ex-mulher odiava. Esta traía-me, roubava-me, mentia-me, só
dizia disparates, mas eu não queria saber. O ódio à outra era tanto, que esta
até podia meter-se num gangbang com grunhos e burgessos da pior espécie. Além
disso, deu-me enteados ainda piores do que a mãe. Mas o que é que isso importa?
A outra é que era má. Se não há amor como o primeiro, também não há traição
como a primeira. A bem da vingança pelo mal que a outra me havia feito, eu estava
agora disposto a aceitar e disponível para justificar todas as patifarias que a
minha nova mulher me fizesse. É assim no Brasil não é?
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