quinta-feira, 6 de outubro de 2022

UM FILHO DA PUTA É UM FILHO DA PUTA

 
As pessoas têm dificuldades, é compreensível. A dificuldade de me tratarem pelo nome começa a ser recorrente. São quatro, não fiz a coisa por menos. No Fólio estavam cansados e roubaram-me um, fiquei Henrique Bento Fialho. O Manuel foi à vida. Ontem, um amigo enviou-me link para o sítio de uma livraria onde Fialho virou Filho. Deixou de rimar com carvalho, passou a rimar com milho. Melhor do que em Cáceres, onde em tempos, numa pequena publicação, fiquei Iaflho. Extraordinário apelido, parece nome de coisa. Às vezes sou apenas Henrique Fialho, noutras ocasiões HMBF. Está tudo bem, na boa, compreendo as dificuldades com nomes difíceis como o meu e, verdade seja dita, também não sou relevante como, vá lá, o António Manuel Couto Viana, o João Miguel Fernandes Jorge ou o João Luís Barreto Guimarães. Era mais trágico estes passarem a ser Manuel Couto, João Jorge ou João Barreto. Consigo perdoar tudo, excepto uma coisa: que não chamem filho da puta a um filho da puta, substituindo o uta por ***. É de uma hipocrisia insuportável, sobretudo num país que está cheio deles. Merecem ser tratados pelo nome, porra.

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