Encalhar no interior de uma pedra
agarrado ao passado
sem futuro à vista
cativo dum presente contornado
por axiomas, postulados
a não ser da morte
e do esquecimento:
o bastante para que os dias corram
ágeis e a noite não se encoste
à luz insondável das letras
sulco donde irrompem colmos de vida
nem a morte, nem o vazio improvisado
nestes olhos sôfregos de coisas raras
fôssemos feitos a régua e esquadro
se o corpo em que desabrochamos
não tivesse no sangue acaso e desordem
devorado e corrompido pelo tempo
se nesse esboço vislumbram já
o pó para que tudo tende
tudo quanto respira:
(Versão de HMBF)
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