A sombra que nos persegue e por vezes de nós se liberta,
amedrontando-nos como um fantasma irreconhecível, é o nosso próprio rosto
desfigurado. Espreita, observa. Fôssemos água em que se visse reflectida,
jamais se reconheceria. Diria que aquele ali espelhado é outro, não o próprio,
não o mesmo, coisa transformada pela dor, pelo ódio, pelo medo, pela crueldade.
Talvez um rosto pintado por Francis Bacon. Talvez.
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