Vaticano lança selo do Padrão dos Descobrimentos para comemorar a JMJ.
As coisas do estético têm um grau de subjectividade que não têm as coisas do ético, pelo que este selo, aliando inestética a falta de ética, é completamente imoral. O que ali está representado, à moda do Estado Novo e da Mocidade Portuguesa, é o extermínio de populações indígenas, é o tráfico de escravos, é a máquina de aculturação disseminada pelo mundo que o Padrão patenteia e este selo branqueia. Atrás do Papa, uns meninos pretos (sem grilhões, mas um deles de joelhos) não disfarçam a ausência de índios, provavelmente corridos do mapa pela férula papal. Num país laico como o nosso isto não é só indecoroso, é um insulto à História, à memória colectiva, à democracia secular.
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