quarta-feira, 21 de maio de 2025

ORIGINÁRIOS

Circula pelas redes um vídeo que mostra o deputado do Chega Pedro Frazão a dizer esta coisa extraordinária: «É mais importante receber em Portugal um imigrante médico alemão do que um analfabeto de África.» Eurico Brilhante Dias, que não é especialmente brilhante, apressou-se a denunciar a xenofobia e o racismo da afirmação, recebendo de volta um rotundo "Racista é a tua tia." Pobres tias, que entre estas pessoas de argumentos sem miolo são pau para toda a obra. Alguém podia ter perguntado a Pedro Frazão se são médicos alemães os trabalhadores que apanham espargos na empresa do deputado do Chega Rui Paulo Sousa. Na verdade, são indianos. Tal como muitos outros trabalhadores que andam por aí a fazer funcionar uma economia que não pode esperar pelos milhares de técnicos portugueses indisponíveis para trabalho braçal, nem pelas paletes de doutores e engenheiros em fuga de tudo quanto não corresponda ao seu estatuto de filhos de bem. Mas o argumento de Pedro Frazão, católico reverente ao sionismo israelita, é especialmente grosseiro por outra razão. É que nada nos garante que o analfabeto africano seja menos boa pessoa do que o beto europeu. Nesta matéria, podíamos até entrar pelo território das famílias "benzoca" que um pouco por todo este país estão pejadas de filhos, netos, sobrinhos e primos criminosos, uns por tráfico de droga, outros por negócios obscuros, aqueles por vício no jogo, estes por "putanheirice" adicta. Evitemos esses exemplos particulares que temos à mão de semear, por certo altamente desagradáveis no nosso círculo de amigos, conhecidos e familiares. O que está em causa não é se o africano é analfabeto ou o alemão é médico, o que está em causa é quanto em cada uma dessas pessoas há de humanidade, bondade, desejo de melhorar a vida sem desrespeitar os outros. Já percebemos que em Pedro Frazão não há um cibo disto, é preconceituoso, alimenta-se e dissemina estereótipos, vive de lugares-comuns insensatos e desumanos, faz tudo ao contrário do que Jesus Cristo pedia aos seus quando dizia: "Quem nunca errou atire a primeira pedra." Pedro Frazão só atira pedras, o que não admira. É muito amigo desses sionistas que mandaram Jesus para a cruz.

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