23 anos depois, regresso ao Alhambra com estadia em Granada. A mesma sensação de tempo parado, os azulejos que imitam as cores das especiarias, ruas cheias de gente porventura equivocada nos mapas. Há razões para isso, os mercados, os bazares, as lojas, a fauna, os cheiros, as vozes e os reflexos que remetem para o norte de África, a presença árabe numa península rendida ao catolicismo de Roma depois de haver combatido o imperialismo romano. No Alhambra, quedo mais tempo do que o normal a olhar uma edição em coro do Dalā’il al-Jairāt, recolha de litanias de paz e de bendições sobre o Profeta Maomé. Artigo de museu, ali, onde uma cultura viva vem sendo cada vez mais reduzida ao exotismo dos animais selvagens exibidos num zoológico.

Sem comentários:
Enviar um comentário