(...)
Quando se abre pela manhã
a rosa como sangue está;
o orvalho não a toca
com medo de se queimar.
Aberta ao meio-dia
é dura como um coral,
o sol assoma aos vidros
para vê-la brilhar.
Quando nos ramos começam
os pássaros a cantar
e a tarde desmaia
nas violetas do mar,
põe-se branca, branco
de uma face de sal;
e quando a noite toca
o suave corno de metal
e as estrelas avançam
enquanto os ares se vão,
na raia da escuridão
começa a desfolhar.
Federico García Lorca , in Doña Rosita la Soltera o el linguaje
de las flores, Huerta de San Vicente, Editorial Comares, Fundación Federico
García Lorca, 1998. Versão de HMBF.
a rosa como sangue está;
o orvalho não a toca
com medo de se queimar.
Aberta ao meio-dia
é dura como um coral,
o sol assoma aos vidros
para vê-la brilhar.
Quando nos ramos começam
os pássaros a cantar
e a tarde desmaia
nas violetas do mar,
põe-se branca, branco
de uma face de sal;
e quando a noite toca
o suave corno de metal
e as estrelas avançam
enquanto os ares se vão,
na raia da escuridão
começa a desfolhar.

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