segunda-feira, 18 de agosto de 2025

IZNÁJAR

 

«No ano de 1010, Habus ben Maksan estabeleceu a capital do seu reino taifa nesta fortaleza de Hins Ashar, que no ano de 1025 foi mudada para a cidade de Granada». Assim se conta num pequeno painel de azulejos à entrada de Iznájar, pueblo blanco banhado pelo rio Genil na província de Córdoba. Não são apenas vasos azuis a adornar as paredes, a poesia lê-se um pouco por todo o lado. Aqui Guillermo de Torre, acolá o busto de Ibn al-Jatib, além Antonio Quintana, logo a seguir Rafael Alberti, etc, etc, etc… Bustos, azulejos, vinis, lonas, exibem versos no espaço público com uma naturalidade de fazer envergonhar qualquer parque de poetas. É que ali os versos andam pelas ruas devolvidos à sua natureza, são parte integrante da paisagem, não são aberrações num gueto nem gorilas enjaulados no zoológico das feiras de vaidades.

Sem comentários: