terça-feira, 26 de agosto de 2025

SÍNCOPE

Subitamente a noite
um apagão geral
o silêncio desejado
assaltando os sentidos
e uma cama de chão
amparando a carne
 
Talvez seja isto
o mais próximo da morte
que se experimenta
esta falha de energia
que desliga o corpo
da ficha social
 
No entanto ali ainda
os pássaros voam
os cães remexem o lixo
as nuvens deslocam-se
o sol repete o caminho
e outros homens
 
desmaiam perpetuando
a noite dentro do fogo
que tudo consome
Para quê então parar?
Para quê desviar o rio
da sua rota até à foz?
 
Juraan Vink
(Trad. de HMBF)

Sem comentários: