Estamos a pouco menos de um mês de estrear “Órfãos”, de
Dennis Kelly. Apresentada pela primeira vez em 2009, no Traverse Theatre de
Edimburgo, esta é uma das peças mais bem-sucedidas do dramaturgo inglês. Desde
a estreia, “Órfãos” nunca mais deixou de ser encenada um pouco por todo o
mundo. Um jantar romântico é subitamente interrompido pela chegada de um
familiar coberto de sangue. O que terá acontecido? Esta inesperada perturbação
no núcleo doméstico descontinua o ambiente de bem-estar, deslocando para o
interior do lar o sobressalto das ruas. Daqui em diante, o que teremos entre as
três personagens em cena é um jogo triangular entre paredes marcado pelas
referências ao exterior, um triângulo numa geometria diagonal que sugere, na
cenografia assinada por José Carlos Faria, uma desordem que se ajusta à
situação representada.
HELEN: Liam, quero que olhes para mim.
LIAM: Sim.
HELEN: Olha para mim.
LIAM: Estou a olhar para ti.
HELEN: Olha para mim.
LIAM: Certo.
HELEN: Quero que penses. E quero que me digas. De quem é
esse sangue.
“Órfãos”, de Dennis Kelly, estreia dia 20 de Novembro na
Sala Estúdio do Teatro da Rainha com tradução e encenação de Henrique Fialho,
desenho de luz de Hâmbar de Sousa e interpretação de Fábio Costa, Inês Barros e
Tiago Moreira. Mais informações em breve.

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