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BEATRIZ
Tarde ventosa na praia do Zavial.
A pouco mais de um mês
de cumprir duas primaveras,
a Beatriz queixa-se do vento
e pede-nos que fechemos
as janelas da praia.
Nos olhos das crianças,
toda a poesia é involuntária.
Julgo ser esta a forma suprema da poesia.
Haja uma forma suprema.
Mal o pensamento se me recompõe
destas silenciosas meditações,
já a pequena esboça um novo poema
com os olhos colados ao horizonte:
o mar está a nadar.
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