«Tinha uma televisão / Mas aborrecia-me / Virei-a / Ao contrário / Do outro lado é fascinante» (Boris Vian). Fiquei a olhá-la dessincronizada no avesso. Só me levantei para ir mexer o rabo às portas do oceano. Uma bifana e duas imperiais, com as nuvens carregadas sobre a falésia a fazerem-me pensar num fumo sem fogo hipotético, imaginário, marginal. Regressei para longe do Trópico, algumas páginas de Marquesas, mais uma cerveja, uma soneca. A Matilde já anda de bicicleta, é um orgulho, uma pequena conquista no templo da velocidade. As ratazanas andam a dar cabo dos patos. Já vão cinco. A Matilde pergunta: por que não fazem uma dieta de ervas, o raio das ratazanas? Volto a colocar a televisão no lugar, sofro até ao minuto 95. «Ah como a vida seria triste / Se não se pudesse cantar» (Boris Vian). Dançai e cantai, marias e manéis. Outros patos virão. Ratazanas nunca hão-de faltar. Brindemos com licor de tâmaras.
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