sexta-feira, 30 de abril de 2010

GERONIMO

Não posso acreditar que somos inúteis, de outra forma Usen não nos teria criado.
Geronimo


Não sendo exemplar, a história de Geronimo é um excelente exemplo. Nasceu numa família de origem Bedonkohe da tribo dos Chiricahuas, Apaches do sudoeste norte-americano que levavam uma vida semi-nómada entre o Grand Canyon (Norte) e a fronteira com o México (Sul). Não admira, pois, que os seus principais inimigos fossem os mexicanos e a tribo Comanche. Curiosamente, tanto Comanche como Apache significam inimigo. Comanche significa, mais propriamente, «aqueles que são contra nós» e a designação Apache deriva de Apachu (inimigo em língua zuñi). Geronimo distinguiu-se entre os demais por ter sido um guerreiro intransigente e um líder inconformista. Entre os seus, ascendeu a xamã: uma espécie de curandeiro a quem cabia, entre outras tarefas, planear e comandar os diversos combates. Entalados entre os mexicanos e os colonos dos incipientes Estados Unidos, os Apaches foram combatendo pelo seu direito ao território como puderam e sabiam. Rendiam-se, fugiam das reservas, voltavam a combater, voltavam a render-se. Vendo os seus companheiros progressivamente convertidos à civilização branca, Geronimo sentiu-se cansado, tornou-se agricultor, aderiu ao cristianismo da reforma holandesa (acabou por ser expulso) e foi vendendo a sua imagem por feiras e exposições. Dava autógrafos, produzia arcos e flechas que depois vendia. Era uma espécie de gorila enjaulado para delícia e espanto dos visitantes do jardim zoológico que o capturara. Morreu na sequência de uma bebedeira que apanhou com o dinheiro adquirido durante uma dessas dignificantes, civilizadas e cultas exposições.

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