Os diálogos não são o elemento mais forte em True Grit. O filme agarra-se à determinação da jovem que pretende vingar a morte do pai. Por vezes, a personagem parece-nos inverosímil. É essa a intenção, levar-nos a acreditar no inacreditável. Uma jovem a pensar com a inteligência, perspicácia e determinação tão raras vezes reconhecível nas pessoas adultas. São características da natureza humana, independentes da idade. No fundo, a idade só lhes confere as barbas do tempo. Um instinto inabalável na negociação, uma assertividade imperturbável na acção. Tudo o que nos falta. O problema da justiça que a história complexifica, acompanhado de uma morte omnipresente, ganha nesta força de viver o elemento necessário para o equilíbrio de forças. Esta jovem rapariga a tentar sobreviver entre “cowboys” é, assim, uma personificação muito inteligente da fase embrionária da justiça no antigo Oeste, o que faz deste western uma metáfora excelente dos duros terrenos onde a lei emerge.
1 comentário:
E a fotografia? A fotografia é sublime...
abç
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