Fernando comprou um livro de poesia com oitocentas páginas
mas só conseguiu ler quinhentas
António sonhou com o Evereste na magnitude
mas só precisava de mudar uma lâmpada
Rita imaginou um poema para Fernando
mas só tinha que aceitar o jantar de quinta
A lâmpada pensou que era um poema
e fundiu-se sem iluminar a sala
Luís aproveitou a escuridão da sala
para dizer a Rita um poema com montanhas
Trezentas páginas que nunca foram lidas
arquitectam com a lâmpada a salvação do mundo
Rui Costa, in A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, Quasi Edições, Maio de 2005, p. 30.
4 comentários:
Com e no coração:-)
Ficaram tantas conversas a meio e tantas perguntas sem resposta.
A minha humilde homenagem ao poeta Rui Costa, no Programa Dizer Poesia:
http://soundcloud.com/misabelbranco/76-programa-rui-costa-dizer
Isabel,
bela homenagem....
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