Camarada Van Zeller, a cabeça do Herberto Helder estremece
com todo o esquecimento. A do Ângelo Correia e do Marques Mendes também. Terá o
meu amigo lido nas notícias que nos idos de 1996 o nosso actual Primeiro criou
uma ONG com o nome pomposo de Centro Português para a Cooperação. Entre os
membros figuravam Ângelo e Mendes, agora esquecidos de terem figurado entre os
membros. Passos Coelho, à época deputado em regime de exclusividade, criou a
ONG com o objectivo de contribuir para o apoio directo e efectivo a programas e
projectos em países em vias de desenvolvimento. Ao que parece, o único desses
países a beneficiar dos 137 mil euros atribuídos à famigerada ONG pelo Fundo
Social Europeu e pela Segurança Social foi… Portugal. Fica mais uma vez provado
o elevado sentido patriótico do nosso primeiro. O mesmo sentido patriótico que
segura Relvas no Governo como a carne prende a unha e varre Nuno Santos da RTP.
Bem pode este despesista defender-se afirmando-se vítima de saneamento
político. Na verdade, o que aqui está em causa é um elevado sentido patriótico.
Nada de comparável aos métodos negros dos generais angolanos que instauraram em
Portugal um processo contra a editora Tinta-da-China por causa da publicação do
livro de ficção «Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola». Toda a
gente sabe que em Angola não há corrupção, muito menos tortura, quanto mais diamantes.
Em Angola só há bananas, palhotas, pretas de tanga, chimpanzés, leões e
tarzans. Este mundo anda, de facto, tão trocado e confuso que chegamos a sentir
dó do Primeiro ao lermos as notícias: Passos luta por tratamento igual à
Grécia, Passos rejeita dizer onde vai cortar na despesa pública. Ou seja,
passos luta por tratamento igual à Grécia rejeitando dizer onde vai cortar na
despesa pública. Ao mesmo tempo, Vítor Gaspar, o das finanças, faz dos
portugueses atrasados mentais. Quem o afirma é Marques Mendes. Ele próprio português,
tal como Vítor Gaspar e Passos Coelho. Embora existam portugueses mais
portugueses que os portugueses, é de supor que eles andem todos a tratar-se
como deficientes mentais. Vai-se a ver, Portugal é um manicómio com um ministro
das finanças que se contradiz, um primeiro-ministro que rejeita comunicar as
suas soluções e um comentador político com a cabeça a estremecer de
esquecimento. Do que isto precisava era de uma caterva de generais angolanos ou
de um Medina Carreira em cada esquina. Ups:
1 comentário:
pois, parece que a virgem...só neste país, como canta o outro.
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