quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

UMA ATRÁS DAS OUTRAS


Camarada Van Zeller, o Governo de Miguel Relvas resolveu baixar, mais uma vez, as indemnizações por despedimento. Fê-lo sem dar cavaco a ninguém. A CGTP fala em vigarice, a UGT queixa-se de violação. É provável que o camarada Ulrich venha a terreno sugerir vaselina no rabinho da UGT, com o camarada Borges a sorrir de boca fechada, como fazem as almas aristocráticas, enquanto o Arménio berra e ninguém liga. Este país de orelhas moucas tem no presidente Cavaco a coisa que merece. Cavaco chegou a primeiro-ministro em 1985, conseguindo posteriormente duas maiorias absolutas (87 e 91). Ao todo, foram 10 anos de governação. Do seu legado, basta lembrar esse lupanar de putas finas e grossos proxenetas conhecido por BPN. O povo, sempre atento ao essencial, aguentou, aguentou, aguentou o cavaquismo durante 10 anos. Não satisfeito com tamanha empreitada, resolveu dar-lhe mais 10 no poleiro da República. E vão 20, de Cavaco, em 38 de democracia. Não fosse o planeta dos macacos ideia dos sessentas, acreditaríamos ter Pierre Boulle encontrado inspiração nesta república de bananas. Só mesmo um povo primata para aguentar tanto tempo nos mais altos cargos do poder tal abocanhador de bolo-rei, com seus tabus e históricos silêncios. Mas não se julgue, camarada Van Zeller, que esta fava que raramente se enganava e nunca tinha dúvidas não evolui como qualquer criatura à face da terra. Darwin poderia mesmo, fosse vivo, iniciar aqui, neste alucinante couto de chimpanzés, uma nova teoria sobre a evolução. Cavaco agora tem dúvidas, está mais próximo de qualquer ser humano dito normal. Qualquer dia ainda se lembra de começar a elogiar a quietude das vacas no momento da ordenha. Para já, pediu ao Tribunal Constitucional a vigilância da inconstitucionalidade de um Orçamento de Estado. Porque a realidade, por mais que o pobrezinho da reforma que não lhe dá para as despesas sugira o contrário, é clara e óbvia como o cogito, ergo sum: na esfera do poder político, já ninguém liga puto à Constituição da República Portuguesa, um texto sucessivamente desrespeitado pelas práticas políticas de quem lhe jura respeito e lealdade. Por mim, caro coiso, bem podes dedicar-te a deliciar vacas:
 


1 comentário:

Luis Eme disse...

o pior é a indiferença geral perante todas as pulhices, umas atrás das outras, que estes bandalhos fazem, como se estivéssemos no reino do Oliveirinha de Santa Comba.

mas um país que é governado por um senhor Silva deste nível, merece no mínimo ser silenciado com fatias de bolo rei pela boca abaixo.