Entre Maio e Dezembro de 1843, Søren Kierkegaard (1813-1855) publicou seis obras: Ou-Ou em duas partes, juntamente com Dois Discursos Edificantes, Temor e Tremor e A Repetição, a par de Três Discursos Edificantes e, por fim, Quatro Discursos Edificantes. Este esquema de publicação repetiu-se no ano seguinte com três volumes de discursos com títulos idênticos, acompanhando desta vez Migalhas Filosóficas, O Conceito de Angústia e Prefácios; em finais de Abril de 1845, publicaria Estádio no Caminho da Vida, em simultâneo com Três Discursos em Ocasiões Imaginadas, tendo ainda na mesma data publicado Dezoito Discursos Edificantes, reunindo todos os anteriores discursos. Contas feitas, são quinze títulos em dois anos, que surpreenderam o público de Copenhaga pela avassaladora cadência com que vieram a lume, e pelas modalidades acentuadamente variadas de ficcionalidade visíveis na instância autoral e no tratamento dos tópicos dominantes. Na realidade, são mais de uma dezena de autores que não só se distinguem entre si pelo nome, como também pela perspectiva com que abordam os assuntos principais em questão.
Elisabete M. de Sousa, in O salto para a eternidade - introdução a Temor e Tremor, de Søren Kierkegaard, Relógio d'Água, Dezembro de 2009.
Em suma, o Gonçalo M. Tavares ainda tem que comer muito bacalhau. E o Fernando Pessoa deve estar em boa companhia.
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