O governo quer incentivar a natalidade. Compreende-se. Depois
de incentivar a emigração e de ir aos bolsos dos idosos, que mais lhe resta?
Resolveu, então, apresentar com pompa justificada um pacote cheio de medidas. E
quer consensos. Para o efeito, destacou Joaquim Azevedo, professor catedrático
da Católica, se bem me lembro irmão de D. Carlos Azevedo, sobre o qual caíram
no esquecimento acusações de assédio sexual (ver aqui, aqui): «no interior da Igreja. D.
Januário Torgal Ferreira partilha do espanto relativamente à pressa com que,
segundo diz, Carlos Azevedo, saiu para o Vaticano». Enfim, nada disto
importa para o caso. Mas convinha esclarecer, porque nunca nada se esclarece
neste país, quem é, de facto, Joaquim Azevedo e quais as suas preocupações
reais com o problema demográfico português. Em 2009, essas preocupações ficaram
expressas em despedimentos e cortes salariais sem explicação (nomeadamente, sobre a gestão danosa que abanou a Católica do Porto - aqui). Nessa altura, as famílias pouco
pesaram nas decisões do eminente catedrático. Sabemos que em Portugal se salta
de cargo para cargo sem que para tal exista justificação curricular, a qual, de
resto, não tem relevância alguma quando está em causa servir as “boas
intenções” de um Governo à deriva. Portanto, quando o especialista Joaquim
Azevedo afirma que “A maioria das empresas não é amiga da natalidade; prejudica
as mulheres, sobretudo em idade fértil, com mecanismos que chegam a raiar o
inimaginável. Por isso as mulheres temem ter um filho, porque isso conduz a uma
penalização no trabalho”, o que quer, de facto, dizer? E como sustenta a afirmação
com o seu exemplo? O que é mais importante para este homem: a “sustentabilidade”
de uma empresa ou a “sustentabilidade” de um país?
6 comentários:
Engraçado como uma acusação de «assédio sexual» entre adultos maiores é transformada em «pedofilia».
No fundo, os paneleiros são todos pedófilos e havia uma boa razão para dantes serem presos — é isso?
Anónimo, leu os artigos? Leu os jornais?
eu li os artigos e a não ser que me tenha escapado alguma coisa, não há de facto acusação de pedofília. O que se diz sobre Pedofília é:
1. no do Público: que D. Carlos preparou a bem sucedida visita do Papa a Portugal sem que isso significasse que não se tivesse abordado o tema da pedofilia.
2. no DN que as acusações do alegado assédio são do conhecimento da rede que denunciou os casos de pedofília. Mas não se diz que se tratava de um caso de pedofília.
Zé Maria Brito, sj: no meu texto fala-se em "zunzuns de pedofilia". Não se fala em acusações de pedofilia. A acusação foi de assédio sexual de um seminarista na década de 80.
Vai-me desculpar mas é uma expressão confusa e que gera equívoco. Porque de facto nos artingos não há refrências a zunzuns ou mexericos em torno da pedofília.
No 1º até se diz que houve abertura para abordar o tema e no segundo o a referência é para enquadrar a atividade de um grupo citado e nada tem a ver com D. Carlos.
Quando se fala em zunzuns parece-me que o que diz implicitamente é que essa acusação é feita em voz baixa. Ora nada disso decorre dos artigos.
Creio que seria mais exacto reformular essa parte do seu texto.
Zé Maria Brito, sj, concedo que possa ser expressão confusa e equívoca... mas foi o que ficou no ar. Sendo assim, irei reformular para "acusado de assédio sexual". Grato,
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