Li a notícia no Público, conformado com o silêncio que em
torno da mesma leva a crer, não na banalização do mal, mas na indiferença
selectiva do bem. Um branco de 21 anos entrou numa igreja em Charleston, equipado
com uma arma que o pai lhe oferecera no dia do seu aniversário. Entrou e disse:
estou aqui para matar negros. Matou um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete,
oito, nove… Pessoas que estavam a ler e a analisar a Bíblia. Não estavam a
desenhar cartoons na redacção de um jornal satírico francês, nem o criminoso
era jihadista. Os jornais descrevem-no como “um branco de 21 anos que exibiu
publicamente símbolos da supremacia branca”. Isto ocorreu nos EUA, de onde nos
têm chegado testemunhos frequentes de violência policial com motivos
inequivocamente racistas. No bastião da democracia é assim, por mais que Obama,
o presidente preto, vocifere contra a poderosa, incólume e intocável indústria de
armamento. Talvez devamos interrogar os comentadores “taliónicos” da
actualidade sobre esta notícia desinteressante: será que os EU têm o que
merecem? Será que os pretos estavam a pedi-las? Ou será que isto não tem interesse algum?
3 comentários:
Esta tragédia não é um crime de ódio racista. É um acto cometido por alguém perturbado mentalmente que teve acesso a uma arma. Se fosse alguém que não fosse racista o alvo seria uma escola ou um café ou outro sítio qualquer. O que choca é a impotência dos americanos para resolver a questão das armas. Mas como é um velho problema, talvez não choque tanto, infelizmente. Sofia
A afirmação da Sofia é redutora. Ou agora todos os fascistas, todos os racistas, todos os odiosos são loucos? É outro velho problema: O ser louco, o não-saber o que se faz é a desculpa para todo o crime. Nem todos os perturbados mentais são violentos ao ponto de pegar numa arma. Muitos, a maior parte só quere estar descansados no seu canto. Estes actos planeiam-se, não são fruto de uma loucura momentânea ou permanente.
Pergunto-me quantas mais imbecilidade dessas natureza têm de acontecer para que os americanos tenham a vontade de limitar a detenção de armas.
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