sobre poesia
duas coisas: é menos importante
do que se crê
e devia ter ainda menos leitores
havemos de voltar todos de Pasárgada
símios de parecida frouxidão
Miguel-Manso, in Persianas, Edições Tinta-da-China, Abril de 2015, p. 103. Nota: não gosto deste poema, talvez venha a explicar(-me) porquê em futuras elucubrações.
4 comentários:
Eu diria que a quantidade de leitores que a poesia tem é tão irrelevante para a própria poesia (e até para quem a escreve ou para quem a lê)...
Queres uma ajudinha rápida? Porque há aí tanta pose que o rapaz ainda deve andar às voltas com dores reumatismais. Porque a poesia portuguesa está carregada de cortejos de flagelados que ao mesmo tempo que minimizam a importância da poesia se obrigam ao auto-imposto martírio (assim mesmo, pleonástico, que é para não sair do tom geral) de escrever a rodos e publicar em consonância. Porque essa atitude requentada continua a colher dividendos e a caravana passa e são poucos os cães que ladram, e fazem-no baixinho e em horas de ponta. Porque a mesmidade também és tu quem a faz.
Ó Sr. Jorge Melícias, por ventura, terá alguma empresa de limpeza de Persianas?
Não diria melhor, os novos poetas, coitados, parecem tísicos e masoquistas.
Ó Henrique, e uns "Poemas Canhotos"? Apresenta-nos esta malta nova e só me lembro do poema sobre o jovem sobraçando um maço de poemas cortados em diagonal pelo mito do Rimbaud.
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