— Qual o momento mais alegre de 2015?
Alegria, verdadeira alegria, senti sempre que acordei de
um sono profundo. De memória, não me aconteceu uma única vez.
— Por onde andou a beleza em 2015?
Pelas ruas da amargura.
— Foi a algum concerto em 2015?
Agradeço à minha mulher quase me ter obrigado a sair de
casa para assistir ao concerto de Benjamin Clementine no Coliseu dos Recreios.
Raro momento de interrupção.
— Qual o disco que ouviu mais vezes em 2015?
Muito provavelmente, o disco rígido do meu velho Pentium
enquanto rodava At Least For Now.
— Frequentou exposições em 2015?
Quis frequentar a de Lourdes Castro, mas estava encerrada
para descanso do pessoal. Vou guardar na memória um comentário que li no livro
de visitas à mostra Génesis, de Sebastião Salgado: «gostei muito, mas acho que
as fotografias deviam ter mais cor».
— Qual o melhor filme a que assistiu no cinema em 2015?
La paura, de Roberto Rossellini, com Ingrid Bergman. Um
filme de 1954, num cinema sem pipocas.
— Nomeie o melhor golo de 2015.
Não tem nada que saber: os de Adrien Silva, Nani, Slimani
e Montero que valeram ao Sporting a 16.ª Taça de Portugal. Todas as defesas de Patrício nesse jogo épico também deviam contar como golos.
— Conte-nos a sua história de 2015.
Tem vindo a ser contada aqui. Dezembro ainda não terminou,
mas prevejo um final apelante.
— Onde foi buscar inspiração para 2015?
Ao vinho, ao gim, à água tónica e à pimenta rosa.
— Jogou muito em 2015?
Fartei-me de jogar copas com o computador.
— 2015 teve bom ou mau karma?
Hmmmmmmmm.
— Qual o melhor livro que leu em 2015?
Sinais de Fogo, de Jorge de Sena. Pela segunda vez.
— Qual o mote que 2015 deixa para 2016?
Despacha-te lá com isso, pá.
— Escolha um nome que defina 2015.
Sou sempre muito previsível nessas matérias. O nome que
escolho é Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim Al-Nishapuri al-Khayyami.
— Qual o óbito que mais sentiu em 2015?
Felizmente, não perdi familiares nem amigos. Perdemos
todos um gigantesco editor: Vitor Silva Tavares.
— Foi muito à praia em 2015?
Menos do que devia. Sobretudo à Praia da Carreagem.
— Qual a querela que mais gozo lhe deu em 2015?
A querela sobre a legitimidade do actual governo.
— O que o fez rir em 2015?
Som de Cristal, de Bruno Nogueira.
— Diga-nos um sítio onde esteve em 2015 e ao qual
gostaria de regressar.
À Ponte da Mizarela, lá para os lados de Montalegre.
— Que tristezas marcam 2015?
A merda do terrorismo.
— Qual a utopia de 2015?
«Só há liberdade a sério quando houver/ A paz, o
pão habitação saúde, educação.»
— Qual o melhor vinho que bebeu em 2015?
Em matéria de vinhos, gosto sempre mais daquele que mais
bebo. Este ano os Badula foram uma companhia frequente.
— Qual o weblog que mais gostou de seguir em 2015?
O xilre. Dentre as mais variadas razões, faz-me sentir
que, passados 12 anos desta brincadeira, ainda faz sentido ler weblogs.
— Teve algum xamã em 2015.
Um tal de B. Traven.
— A que diria yes em 2015?
Aos Ventilan na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul.
— Para terminar, qualquer coisa com a palavra Z.
Zambujo.
1 comentário:
As palavras têm, por vezes, a propriedade de se ausentarem para um lugar só delas, e logo quando fazem mais falta. Desta vez, pregaram-me a partida, as fugitivas, e fiquei sem saber o que dizer. A sua ausência não impede, no entanto, de expressar a minha profunda gratidão: muito obrigado.
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