sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

2015 REVISITADO

— Qual o momento mais alegre de 2015?
Alegria, verdadeira alegria, senti sempre que acordei de um sono profundo. De memória, não me aconteceu uma única vez.

— Por onde andou a beleza em 2015?
Pelas ruas da amargura.

— Foi a algum concerto em 2015?
Agradeço à minha mulher quase me ter obrigado a sair de casa para assistir ao concerto de Benjamin Clementine no Coliseu dos Recreios. Raro momento de interrupção.

— Qual o disco que ouviu mais vezes em 2015?
Muito provavelmente, o disco rígido do meu velho Pentium enquanto rodava At Least For Now.

— Frequentou exposições em 2015?
Quis frequentar a de Lourdes Castro, mas estava encerrada para descanso do pessoal. Vou guardar na memória um comentário que li no livro de visitas à mostra Génesis, de Sebastião Salgado: «gostei muito, mas acho que as fotografias deviam ter mais cor».

— Qual o melhor filme a que assistiu no cinema em 2015?
La paura, de Roberto Rossellini, com Ingrid Bergman. Um filme de 1954, num cinema sem pipocas.

— Nomeie o melhor golo de 2015.
Não tem nada que saber: os de Adrien Silva, Nani, Slimani e Montero que valeram ao Sporting a 16.ª Taça de Portugal. Todas as defesas de Patrício nesse jogo épico também deviam contar como golos.

— Conte-nos a sua história de 2015.
Tem vindo a ser contada aqui. Dezembro ainda não terminou, mas prevejo um final apelante.

— Onde foi buscar inspiração para 2015?
Ao vinho, ao gim, à água tónica e à pimenta rosa.

— Jogou muito em 2015?
Fartei-me de jogar copas com o computador.

— 2015 teve bom ou mau karma?
Hmmmmmmmm.

— Qual o melhor livro que leu em 2015?
Sinais de Fogo, de Jorge de Sena. Pela segunda vez.

— Qual o mote que 2015 deixa para 2016?
Despacha-te lá com isso, pá.

— Escolha um nome que defina 2015.
Sou sempre muito previsível nessas matérias. O nome que escolho é Ghiyath al-Din Abu'l-Fath Umar ibn Ibrahim Al-Nishapuri al-Khayyami.

— Qual o óbito que mais sentiu em 2015?
Felizmente, não perdi familiares nem amigos. Perdemos todos um gigantesco editor: Vitor Silva Tavares.

— Foi muito à praia em 2015?
Menos do que devia. Sobretudo à Praia da Carreagem.

— Qual a querela que mais gozo lhe deu em 2015?
A querela sobre a legitimidade do actual governo.

— O que o fez rir em 2015?
Som de Cristal, de Bruno Nogueira.

— Diga-nos um sítio onde esteve em 2015 e ao qual gostaria de regressar.
À Ponte da Mizarela, lá para os lados de Montalegre.

— Que tristezas marcam 2015?
A merda do terrorismo.

— Qual a utopia de 2015?
«Só há liberdade a sério quando houver/  A paz, o pão habitação saúde, educação.»

— Qual o melhor vinho que bebeu em 2015?
Em matéria de vinhos, gosto sempre mais daquele que mais bebo. Este ano os Badula foram uma companhia frequente.

— Qual o weblog que mais gostou de seguir em 2015?
O xilre. Dentre as mais variadas razões, faz-me sentir que, passados 12 anos desta brincadeira, ainda faz sentido ler weblogs.

— Teve algum xamã em 2015.
Um tal de B. Traven.

— A que diria yes em 2015?
Aos Ventilan na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul.

— Para terminar, qualquer coisa com a palavra Z.
Zambujo.

1 comentário:

xilre disse...

As palavras têm, por vezes, a propriedade de se ausentarem para um lugar só delas, e logo quando fazem mais falta. Desta vez, pregaram-me a partida, as fugitivas, e fiquei sem saber o que dizer. A sua ausência não impede, no entanto, de expressar a minha profunda gratidão: muito obrigado.