segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

NOJO MESMO

Segue-se um programa de tortura e de expiação nas redes sociais. As patrulhas moralistas estão em brasa, já prepararam o pelourinho e afiaram os chicotes. Giro, giro, era um processo tendo por base aquela coisa do piropo. Mas primeiro vejam as imagens, metam a mãozinha na boca antes que vos salte o perdigoto, e digam-me lá se há alguma malícia na afirmação e no contexto em que é proferida. Contexto esse, de resto, mas não por acaso, completamente adulterado pela imagem reproduzida acima. Na íntegra, o que Jerónimo diz é: Nós podíamos apresentar um candidato ou uma candidata assim mais engraçadinha, portanto, enfim, com um discurso ajeitadamente populista que pudesse aumentar o número de votos. São opções e eu não quero criticá-las. Ouvir aqui. Mas é óbvio que há um interesse muito mais básico no decalque truncado das afirmações. O Marcelo sabe qual é, percebe do assunto.

2 comentários:

Anónimo disse...

É uma boca foleira à candidata do BE,Marisa Matias, por muito que termine a frase a dizer que são opções e que não quer criticá-las (acabou de o fazer = cínico). Mostra tambem como o PCP e o seu líder não são capazes de encaixar bem duas derrotas seguidas e por goleada de um partido que estava em crise e de repente cresceu para os dois dígitos. Quando ele fala nas caras engraçadinhas refere-se não só a Marisa Matias como tambem à Catarina Martins, o que revela uma faceta machista do dito cujo (claro, qd a derrota nos acossa, os valores da igualdade e respeito pelas mulheres vão pela pia). O JJ que aproveite as próximas eleições autárquicas em Lisboa para apresentar Rita Rato como candidata, dando oportunidade aos outros de falar nas caras engraçadinhas.

hmbf disse...

Não interpreto a declaração desse modo, e julgo até abusivo fazê-lo. Trata-se de uma especulação que extravasa o alcance da afirmação. Eu acho que ele pretendi reforçar a dimensão política da candidatura de Edgar Silva, política no sentido nobre da palavra. Uma candidatura de causas por opção ao oportunismo mediático, que acabou por sair vencedor. O crescimento de BE, depois de quase ter desaparecido, é de saudar. Eu saúdo sempre o crescimento da esquerda, mesmo quando não é a minha. E, como sabe, se o PCP não soubesse encaixar derrotas há muito que tinha desaparecido. Portanto, parece-me que está a ler mal a coisa. A acusação de machismo nem comento, de tão enviesada me parecer. O machismo é uma coisa muito séria, não é aquilo. Por tudo e por nada se fala hoje de machismo, por tudo e por nada se acusa este e aquele de serem nazis. Isso esvazia de conteúdo os conceitos e retira-lhes a gravidade que devem ter. Presumindo que quando diz JJ, queira dizer JS, aceito de bom grado a sugestão da camarada Rita Rato, não por ser engraçadinha, que o é, como aliás, o João Ferreira e, já agora, muitos outros bons e belos comunistas portugueses, mas por ser inteligente e estar alinhada com os valores de Abril: liberdade, igualdade, solidariedade... Saúde,