terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

OS ZELADORES

No que toca às leis do meu país, estou-me cagando para as opiniões da igreja. Não quero saber, não me importa minimamente. Julgo até insultuoso insistir-se em escutar padres, bispos e querubins como se as nossas vidas num estado laico, corrijo, num Estado onde a separação da Igreja é um saudável princípio democrático, devessem ser orientadas pelos preconceitos bíblicos de uma gentalha que, queira Deus, há-de ficar eternamente cativa no Inferno pelo mal e pelo sofrimento que impôs na Terra. 

8 comentários:

Rita Nashe disse...

está a ser assunto do dia e ainda bem. que saia do privado e anónimo de acontecimentos do dia-à-dia.

que comece, por ex. nas escolas públicas onde há professores que se esquecem que não estão em colégios católicos e no meio da matéria dada enfiam as suas opiniões religiosas como verdades a serem aprendidas. aceito, sem qualquer problema, que se dê a conhecer toda a diversidade religiosa. não fazê-lo é esconder parte da nossa história cultural. já o que me dá comichão é ainda existir antagonização com os filhos de pais ateus/agnósticos/ou o que bem lhes apetecer. são filhos da amoralidade, oh meu deus :)

na minha ignorância nunca me tinha dado conta que existem associações de juristas católicos. sendo à partida um contra-senso até aceitaria que pudessem fazer sentido se existissem para se sentar à mesa a celebrar o nascimento de Jesus. já o que não me parece aceitável é usarem a sua profissão - e o poder que lhes é cabido - em assuntos que tem de ser claros e não flexíveis consoante a crença de cada um.

enfim...

hmbf disse...

Católicos, espíritas, evangélicos, budistas, islamistas.... estou-me nas tintas. Que acreditem no que bem entenderem, mas deixem-me em paz com a minha desconfiança, com o meu ateísmo, com a minha recusa. As leis são para todos em função de todos, não são para todos em função de alguns. Querem que um familiar seu sofra até ao limite do suportável para que lhe seja guardado um lugar no paraíso, pois estão no seu direito. Mas eu não quero! Por que há-de a minha recusa ter menos valor perante a lei?

joao disse...

absolutamente de acordo

Rita Nashe disse...

não pode ter menos valor, claro.

a religião tem, demasiadas vezes, essa imposição moral na legislação. e ouvidos moucos a qualquer outro argumento que sejam contra o que acreditam. que se deixem de merdas de meter o nariz naquilo que diz respeito à vida pessoal de cada um e à sua indissociável liberdade: como o pudemos ver no caso do adopção e casamentos por homossexuais. embora, aqui me pareça que o Estado vai longe por achar que tem de legislar sobre a sexualidade... outro tema que daria pano para mangas.

Anónimo disse...

"Não quero saber, não me importa minimamente." Erro grave. Não se pode ignorar o que tem peso (mau ou bom, gostemos ou não) na sociedade. Conheço muita gente que diz "a política não me interessa para nada". Erro também grave.

hmbf disse...

Parece-me que não está a interpretar correctamente o que eu escrevi: «No que toca às leis do meu país, ...» Ou seja, no que toca às leis do meu país a opinião da Igreja vale zero, deve valer zero, e eu não quero mesmo saber a opinião da igreja porque ela nada tem que ver com o assunto. Portanto, a Igreja que não meta o bedelho onde não é chamada.

A VIDA NUMA GOA disse...

A melhor parte ficou nos comentários....

"As leis são para todos em função de todos, não são para todos em função de alguns. Querem que um familiar seu sofra até ao limite do suportável para que lhe seja guardado um lugar no paraíso, pois estão no seu direito. Mas eu não quero!"

Claudia Sousa Dias disse...

clap, clap, clap.