sexta-feira, 12 de julho de 2019

LODO


com que dedos hesitas aproximar
a tua pele da minha?
são teus ou de uma sombra
que por ti respira e ama?
com que voz perguntas
pelo dia que acabou?
silêncio que não retorna
do fosso onde a paixão caiu,
essa voz precede o eco de um dever
acomodado às paredes do corpo.
e eu um erro, e tu um lapso,
e nós apenas mais um caso
de águas paradas onde o lodo vinga.

1 comentário:

maria disse...

um perigo que nos cerca. há que limpar de vez em quando (não sei muito bem como).

À parte disso, gosto muito do poema,