Não sou esquisito em termos de dress code, procuro respeitar
o que as circunstâncias exigem conquanto não me obriguem a dispensar cuecas
esfarrapadas e meias rotas. Nunca precisei de dar nas vistas para marcar
posição, mas também nunca precisei de marcar posição senão perante a minha
consciência. Cuecas esfarrapadas e meias rotas são a minha arte poética, o meu
statement contra a ditadura das aparências, do parecer, da hipocrisia. Assinalam
igualmente uma espécie de solidariedade para com os desafortunados, irmandade que
a indigência me inspira. No fundo, o meu princípio é sempre o mesmo:
podem enfeitar-nos com fatiotas no caixão, o tempo encarregar-se-á de
transformar tudo em pó e trapos.
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