domingo, 7 de junho de 2020

EXERCÍCIO

Se ainda fosse professor de filosofia, um dos exercícios que iria propor aos meus alunos era o de imaginarem, por momentos, que George Floyd fora um péssimo marido, que batia violentamente na mulher, e um pai horrível, que abusava da filha de 15 anos. Depois perguntar-lhes-ia se o sentimento de compaixão que sentiam por ele no lugar de vítima se mantinha. E questionaria igualmente qual a avaliação que faziam da actuação do polícia, exemplar pai de família, ao tomarem conhecimento do passado tenebroso de Floyd. Felizmente, já não sou professor de filosofia.

2 comentários:

rff disse...

Serviço Público de Elevado Gabarito. :) Abç

Anónimo disse...

o polícia não se representa a si próprio, mas ao Estado. logo, é o Estado que está com o joelho em cima do pescoço do homem e não outro homem comum, vulgar. Quantas pessoas nos USA, desde que George Floyd morreu, colocaram o joelho em pescoço alheio com o intuito (concretizado em alguns casos) de matar?