O nevoeiro faz da paisagem uma noiva frígida à espera que ele se levante. Do terraço consigo a custo vislumbrar os ciprestes, os giacomettis das árvores. Uma morta da família tinha-os carinhosamente plantado para, um dia, ocultarem a autoestrada que agora só desliza até casa pelos seus sons marítimos. Talvez aproveitem o nevoeiro para trocarem de lugar mas a esse espectáculo me furto. Tenho de descer para fazer o almoço deixando que a Terra gire a sua aliança com o desvelo de quem pode exprimir à vontade uma enorme repulsa por tudo o que a ordena.
Marina Tadeu, aqui.
2 comentários:
Saudades dela no FB. O ar fresco das letras dela fazia aquilo mais respirável, menos repetitivo.
Pode ler no blog, com menos ruído à volta.
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