MAR DE ROSAS
Pergunto-me que mar de rosas existe
nesta coisa esférica de ceifar o riso pela raiz;
neste logro que dá pérolas a porcos
como fósforos a velas sem pavio
Há quem diga que nenhum.
Mar? só o céu infinito na saia de pregas
em chama por estrear;
rosas? só o canteiro na blusa
muito antes do amor lhe desbotar os verdes
Eu digo que a pele das rosas tem o hábito
de trazer espinhos por parir no ventre,
e que a vida é como um pano de boa estirpe:
no melhor dela cai a nódoa.
Josefa de Maltezinho, in Uma Garfada de Sol No Umbigo, Editora Exclamação, Outubro de 2021, p. 19.
1 comentário:
era uma vez uma roseira,
suas filhas belas e perfumadas,
rosas de pétalas livres... tão livres entre si,
decidiram libertar-se!
foram muitas com o vento.
uma só com uma abelha.
uma outra voou alto,
foi conhecer o mundo no bico dum papagaio,
colorido e vagabundo...
Um Abraço
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