A ABELHA E AS ARANHAS DE SWIFT
primeira versão
A abelha zune, zumbe, azoina, zoa proclamando o
seu labor <em prol da fecundação>. É de um veludo
soberbo, do mel, de listras luminosas.
(Goza de protecção?
— Não suficiente.)
Quem a julga vitimada pela cela engenhosa de
rigoroso cálculo que uniu, na armação, finíssimos
momentos de engenho.
Lastima-a.
Haverá abelhas desastrosas no casulo de névoa que
não se alcança?
A aranha de Swift de suas entranhas tece o fel da teia
que suspende o acaso da morte.
A ABELHA E AS ARANHAS DE SWIFT
segunda versão
A abelha zune, zumbe o seu labor reconhecido nos
compêndios.
É de um veludo soberbo, do mel, de listras luminosas.
(Goza de protecção?
— Não suficiente.)
Quem a julga vitimada pelo cálculo que uniu, na
armação da teia, finíssimos momentos de engenho.
Lastima-a.
As aranhas de Swift, de suas entranhas, tecem
a morte suspensa.
Haverá abelhas desastrosas no casulo de névoa que
não se alcança?
A ABELHA E AS ARANHAS DE SWIFT
terceira versão
A abelha zoa um veludo soberbo a manejar o pólen.
Quem a julga de suas entranhas tece o fel da morte.
Ninguém vê mumificada a abelha no que não alcança.
Nada prendem, as aranhas de Swift.
A ABELHA E AS ARANHAS DE SWIFT
quarta versão
Em prol da polinização floral, a abelha
É de um veludo de listras, soberba, a manejar
Quem a julga obreira, vitimada pelo rigoroso cálculo.
A aranha de suas entranhas espera a súplica.
Ninguém vê a abelha mumificada na névoa que não a
alcança.
José Emílio-Nelson, in A Abelha e as Aranhas de Swift, Nova Mymosa, Janeiro de 2022, pp. 5-8.
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