quinta-feira, 2 de março de 2023

INIMPUTÁVEIS

 
Há anos que ouço falar de corrupção no futebol. Lembro-me do Jorge Gonçalves, do Vale e Azevedo, do Apito Dourado, das conversas sobre malas cheias de dinheiro para comprar resultados, das cartilhas e dos papas e o diabo a sete com agentes e dirigentes desportivos mais os árbitros e não sei quê. Há décadas que é isto. A maior corrupção do futebol, no entanto, não é esta. A maior corrupção é na cabeça dos adeptos que se comportam como autómatos na defesa dos seus queridos clubes, que tanto lhes dão, deuses na terra como não há no céu. O futebol é uma religião que hipnotiza adeptos, transforma as pessoas mais dignas em autênticos cretinos capazes de defender o indefensável. Vi isso no meu clube com o burgesso do Bruno de Carvalho e a sua horda de fiéis, assim como vejo nos lambe botas do Pinto da Costa ou nos benfiquistas para quem todos os trafulhas que se servem do seu impoluto clube para fazerem trafulhices é como se nada tivessem que ver com o clube. Os clubes são feitos de homens, pá, não são deuses abstractos inimputáveis.

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