terça-feira, 8 de junho de 2010

ANTÓNIO MANUEL COUTO VIANA (1923-2010)

fotografia respigada aqui


A MORTE EM MIM


À memória de Rodrigo Emílio


Perguntas quem me morreu?
Fui eu.

Eu morro de cada vez
Que me avisa o coração
Que morreu um poeta português
E eu não.

Mas ressuscito se escuto
A voz em que se exprimia,
Pois nunca visto com a dor do luto
A poesia.


(29.3.2004)


António Manuel Couto Viana, in Restos de Quase Nada e Outras Poesias, Averno, Janeiro de 2006, p. 48.