sábado, 6 de agosto de 2022

ANA LUÍSA AMARAL (1956-2022)

 


Sobre A Génese do Amor, aqui. Um poema: aqui.


Do primeiro livro, Minha Senhora de Quê (Fora do Texto, 1990):

QUE SE ABRAM OS MEUS OLHOS

Que se abram os meus olhos
olhos, devagar
(fechados tanto
tempo, tantas noites
de frio)

Que rebentem em folhas,
devagar: uma
explosão de luz
onde a paz doa,
uma pequena lágrima
renasça

(Toca-me os olhos
devagar
até que o frio me
aqueça)

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